Promotor
Ágora - Cultura e Desporto do Porto, E.M., S.A.
Breve Introdução
Sou neto de retornados. E sou neto da revolução dos cravos – mesmo que em casa dos meus avós nunca se tenha falado dela. Nunca tinha ouvido que “os quarenta e oito anos da mais infame noite haviam chegado ao fim”. À mesa da casa dos meus avós nunca se falou do 25 de Abril. Do dia da liberdade. (…) Na sua casa (que era, também, a minha), sentados à sua mesa, a palavra “colonialismo” nunca apareceu. Não porque se evitava, mas não era assunto. Foi em sua casa, não creio que da sua boca, que ouvi que “a nossa desgraça foi a sorte de muitos”. Isto dizia-se e não se contradizia. “Não podem dizer que somos racistas. Isso não. Os pretos dormem em nossa casa. E pagamos-lhes!” Nunca o questionei. Este é o início do meu trabalho, que parte de uma procura exaustiva de toda a documentação textual, física e áudio da história passada da minha família. Há muito que me interessam e me inquietam as fronteiras entre o real, o documental e o ficcional. E este é um desejo de refletir profundamente sobre o racismo, sobre a ilusão, sobre o que foi, para muitos, o momento áureo português. — Manuel Tur
Ficha Artística
Ficha técnica
- Direção e interpretação
Manuel Tur
Apoio dramatúrgico
Luís Araújo
Apoio ao projeto
Belisa Branças
Apoio à pesquisa
Maria Eduarda Duarte
- Espaço cénico set space
Ana Gormicho
Desenho de luz
Cárin Geada
Produção
11Zero2