Promotor
Ágora - Cultura e Desporto do Porto, E.M., S.A.
Breve Introdução
A motivação para fazer uma série de projetos em torno das paisagens, máquinas e animais, surge da necessidade de pensar uma peça que não se esgotasse num único espetáculo, mas que pudesse dialogar com outras obras. A recorrência da paisagem e do corpo como paisagem nos meus projetos, mesmo não sendo sempre de uma forma óbvia, determinou este ciclo de trabalho que se iniciou com IO, prosseguirá com Neve e terá a terceira parte com Distante. Esta aventura ficcional, como referi, deve resultar num diálogo inter-peças e intra-peça. Paisagens, Máquinas e Animais, os conceitos aqui envolvidos, evidenciam três pontos de fuga na definição do humano e, simultaneamente, abrem-se como categorias para pensar o corpo performático. Em todas as peças, estas dimensões estão presentes e se cruzem, embora, o ponto de partida para cada uma se situe em cada uma das dimensões respetivamente. Se em IO o corpo convoca o animal e o mitológico, o primitivo e o tecnológico, em Neve, emerge a paisagem nas suas variantes, ou seja, paisagem como o fora, o exterior, o indivíduo como paisagem inteligente, a paisagem emotiva e sonora, a imagem filmada como paisagem narrativa. O terceiro objeto desta série, Distante, irá focar-se sobretudo na máquina e na possibilidade de expandir o corpo e o lugar. Por isso, nesta peça voltarei a ter como colaborador o João Martinho Moura e, também, o Alexandre Soares com quem fiz inúmeros trabalhos. Os FAHR 021.3, colaboram em Neve e em Distante. Inicialmente este projeto tinha outro título, Quinta-feira à tarde, título de um álbum de Brian Eno. Mudou a designação, mas a intenção manteve-se, a de um lugar pautado por um tempo cronológico que ilude a segurança e a escala. A escala e a distância, dimensões para relacionar o corpo com a máquina, para entender o corpo-máquina e o corpo animal. — Né Barros
Ficha Artística
Direção e coreografia Né Barros
Música Alexandre Soares
Cenografia FAHR 021.3
Media Art João Martinho Moura
Interpretação Afonso Cunha, Beatriz Valentim, Bruno Senune, Vivien Ingrams
Desenho de luz Nuno Meira
Esgrima José Luís Guimarães
Figurinos Flávio Rodrigues
Produção executiva Tiago Oliveira
Coprodução Teatro Municipal do Porto, Balleteatro