Promotor
Ágora - Cultura e Desporto do Porto, E.M., S.A.
Breve Introdução
Contingência / Palingénese / Feedback / Capital / Superfície / Metamorfose Biomimética / Fungo / Sinestesia / Licantropia
A peça Lago Libidinal é um sistema de múltiplas escalas que ocupa a caixa negra do teatro a partir da superfície de um lago artificial que serve como interface espelhado onde performers-milícia e público se relacionam como parte de um ecossistema viral. Uma rede linfática de derivados inorgânicos alimenta-se do fluxo contínuo e constante de dados referentes às flutuações da bolsa de valores.
O corpo aquático é uma matriz habitada por lítio, por mercúrio vermelho e por fungos bio-luminescentes que se interrelacionam com mecanismos de luz, para revelar contaminações ocultas e transformá-las em vetores de contágio. Todos estes aspetos têm o seu lugar na composição, consciente ou inconscientemente, e são revelados gradualmente ao longo dos vetores de tempo.
Em paralelo com a dinâmica inorgânica em jogo, desenvolve-se um sistema esotérico de elementos alquímicos e combinações numéricas. Estes processos são o interior mineral do Lago Libidinal e entram em conflito com a tapeçaria sincrónica que revela a sua inquietante circulação néon. Os segredos abertos escondem-se à vista de todos. Nada age como esperado: perceções desfiguram-se numa geometria distorcida, e a temporalidade modula-se em sobreposições dilatadas e contraídas numa orquestração semi-sintética.
O Lago torna-se numa sedução infraestrutural de organismos humanóides polifórmicos que se tornam numa carcaça tóxica. A modelação de oculturas de germes deforma ainda mais qualquer leitura linear da despesa. Aqui só há valor acrescentado. Mecanismos de feedback positivo de longo alcance sobrepõem-se à contenção segura de uma restrição normativa, estendendo os fantasmas de uma formulação cibernética de terceira vaga. O realismo hiper-capitalista torna-se numa mutação estética de uma não tão distante ficção científica económica do Lago Libidinal.
Ficha Artística
Direção, Música Jonathan Saldanha
Dramaturgia Catarina Miranda, Lendl Barcelos, Francisco Antão, Letícia Skrycky, Jonathan Saldanha
Performers Aurora, Daniela Cruz, Deeogo Oliveira, Filipe Silva
Arquitetura de sistema Francisco Antão
Desenho de luz Letícia Skrycky
Sistema de som multicanal José Arantes
Cenário Alexandre Mota
Prostéticos Júlio Alves
Técnico Multimédia João Ferreira
Produção executiva Joaquim Durães
Gestão administrativa Pé de Cabra
Produção SOOPA
Coprodução Teatro Municipal do Porto, Centro Cultural de Belém
Apoio Direção Geral das Artes, International Iberian Nanotechnology Laboratory, gnration